terça-feira, 8 de janeiro de 2013

Desenvolvedores de aplicativos apostam em novo mercado para Smart TV


Smart TV

 Maria Carolina De Ré -  DCI
 
SÃO PAULO Os televisores inteligentes, conhecidos pelo termo inglês Smart TV, estão ganhando espaço nos lares dos consumidores brasileiros. A consultoria GSK apontou que de janeiro a outubro de 2012 estes aparelhos representaram 30% do total comercializados no País. Os dados também mostram que dos aparelhos smart vendidos, 21% já estão conectados à Internet. Para aproveitar a nova onda do mercado de tecnologia, desenvolvedores e empresas que trabalham com aplicativos já se movimentam e buscam oportunidades junto aos fabricantes.

As empresas também se apressam a firmar parcerias com clientes de nichos que devem potencializar esse negócio - como emissoras de televisão, agências de publicidade e marcas que querem investir em propaganda e conteúdo interativo -, querendo aproveitar o estágio incipiente do negócio para sair na frente dos concorrentes. Os desenvolvedores também querem criar formas inovadoras de conteúdo e aumentar a interatividade da TV junto aos usuários, e possibilitar a integração desse aparelho com outros dispositivos.

Uma das pioneiras no mercado brasileiro é a HXD, que desde 2007 estuda o segmento. Salustiano Fagundes, presidente da HXD, contou que sua companhia foi criada especialmente para criar aplicações para televisores. "Em um primeiro momento pensamos na televisão digital. Depois percebemos que ela teria uma evolução natural, que culminou nas televisões inteligentes. Nosso foco sempre foi esse mercado porque sabemos que a televisão já ocupa um papel importante na vida dos brasileiros. Com a entrada da Internet e dos aplicativos nos aparelhos, esse mercado tende a crescer muito", disse ele.

O executivo falou sobre o potencial desse mercado com entusiasmo: "Acho que a 'era de ouro' da televisão começa agora. Imagine a infinidade aplicações que poderemos fazer, tanto de entretenimento como de informação ou publicidade".

O diretor de Inovação da ITBN, Ricardo Godoy, falou sobre o potencial dos televisores smart no segmento da propaganda: "Imagine uma marca de carro que desenvolve um aplicativo para TV que funciona como um jogo no qual o cliente pode dirigir o veículo. Depois ele pode usar o controle remoto, por exemplo, e agendar um test-drive".

Entraves

Apesar das expectativas positivas dos desenvolvedores e dos fabricantes, a falta de uma unidade de plataforma e o desconhecimento dos usuários são problemas para a expansão do mercado.

"O fato dos fabricantes terem plataformas diferentes pode ser um entrave. Essas empresas terão que fazer um esforço maior para atrair e convencer os desenvolvedores e programadores de conteúdo. A mesma coisa aconteceu com os telefones cinco anos atrás, quando cada fabricante tinha uma plataforma própria. Depois que duas plataformas ficaram fortes, o Android [do Google] e o iOS [da Apple], os aplicativos se multiplicaram", comentou Fernando Chamis, sócio da empresa Webcore, que é especializada em games, mas também cria aplicativos para televisores.

"É um mercado novo, mas temos que aguardar para realmente medir o potencial de receita", ponderou Chamis.

Godoy e Fagundes concordam que no caso das TVs devem se formar três plataformas; portanto, alguns fabricantes terão que se adaptar ao mercado. "No final, tudo vai depender dos usuários", frisou Godoy.

Mercado

Pesquisa da consultoria Gartner aponta que 85% de todos os televisores de tela plana estarão conectados à Internet até 2016. A análise concluiu que em um mercado altamente competitivo, os fabricantes se diferenciam ao conectar TVs em múltiplas plataformas. Assim, a produção mundial de televisores de tela plana inteligentes vai crescer de 69 milhões em 2012 para 198 milhões em 2016. A produção mundial de televisores inteligentes em 2013 deve chegar a 108 milhões. Mas vender TV inteligente não será suficiente: "No final, a escolha pode ser tudo sobre o conteúdo extra que uma marca de TV oferece. Consumidores estarão fazendo perguntas como: Os serviços de TV na Internet vão melhorar a TV? São esses sites que eu acho que são valiosos? Posso usar meu smartphone ou tablet com esta TV?" , explicou Paul Donovan, analista de pesquisas do Gartner.

Esse mercado também pode ajudar a indústria de televisores durante a crise econômica global. "Especialmente em mercados emergentes é difícil quando a demanda diminui, de modo que a funcionalidade 'extra' oferecida pelos televisores inteligentes torna os produtos diferenciados - se os preços já são competitivos e todas as outras variáveis são iguais entre as marcas", concluiu o analista. 

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08/01/2013 - 00h00 0
 
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